QUAL O PERFIL PEDAGÓGICO DA SUA ESCOLA? – Sistema Piaget
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QUAL O PERFIL PEDAGÓGICO DA SUA ESCOLA?

QUAL O PERFIL PEDAGÓGICO DA SUA ESCOLA?

Gestão

Por: Maria Luísa Silvestre

Todo o corpo docente da sua escola sabe definir claramente as principais características do  trabalho  que vocês executam?

Se chegar um visitante ou um pai interessado em matricular seu filho perguntando sobre qual a metodologia aplicada na sua escola, todos os professores conseguem explicar? Muitas vezes, eles aplicam adequadamente as diretrizes e atingem valorosos resultados de ensino-aprendizagem, a partir da orientação da direção e/ou coordenação, mas não sabem defini-las.

MAS, SABER DEFINIR AS LINHAS PEDAGÓGICOS DA SUA ESCOLA É IMPORTANTE?

Sim, consideramos de fundamental importância que toda a equipe possa definir com clareza as linhas pedagógicas. Isso faz com que não se perca o foco, que o trabalho seja consciente e constante, e que as metas se concretizem com maior facilidade.

Conhecer e nomear as principais características da escola oferece à instituição um senso de unidade e possibilita a construção de sua própria cultura e identidade.

QUAIS AS PRINCIPAIS LINHAS PEDAGÓGICAS DE UMA ESCOLA MODERNA E DE QUALIDADE?

A escola que todos os pais procuram para seus filhos é uma escola moderna, com elevada qualidade de ensino, ou como eles mesmos costumam dizer, uma boa escola.

Vamos citar 10 características ou linhas pedagógicas comprovadamente eficientes para a aprendizagem e que fazem uma escola tornar-se de alto padrão pedagógico, inclusive segundo as propostas da BNCC.

  • 1. Todos da escola aprendem

Os professores ensinam e os alunos aprendem? Não. O correto é todos aprenderem, o que significa que, além dos alunos, a direção, a coordenação e os professores reciclam seus conhecimentos, pesquisam, inovam, mudam estratégias, experimentam caminhos novos. Juntos, todos os componentes da comunidade escolar fazem descobertas, trocam experiências e evoluem, acompanhando as modificações positivas que progresso nos traz e atendendo aos anseios dos alunos inseridos na realidade atual.

  •  2. Avaliação: Um conjunto de atividades participativas

  Memorização de conceitos? Provas conteudistas? Caminho antigo, já desprezado pela maioria dos educadores. O aluno, hoje, deve ser avaliado pelo conjunto de sua atuação, interesse, empenho e progresso demonstrado. É de enorme importância que os alunos se sintam motivados e participem das aulas, dos trabalhos individuais e de grupo, dos projetos.  A participação é considerada como a melhor forma de avaliação, pois se estabelece na constância e continuidade.

Em suma, todas as atividades realizadas pelo aluno são consideradas avaliações. 

E, no caso específico de “provas documentais” (muitas vezes exigidas pela Delegacia de Ensino), elas devem ser organizadas de modo a fazer o aluno pensar, comparar, associar e concluir. Nenhuma prova pode ser, como antigamente, um preenchimento de questionário. Sempre nas provas deve haver um ou mais textos (mesmo que curtos), independentemente da disciplina, para que o aluno expresse a sua capacidade de entendimento e interpretação

  • 3. Contextualização e aproveitamento do conhecimento prévio do aluno

  “Começaremos hoje um assunto novo. Vou explicar…”  É assim que as aulas na sua escola ocorrem? Com certeza, não. O assunto novo não pode ser desvinculado do que os alunos já sabem e da realidade concreta em que vivem. O professor deve partir do que eles conhecem para, desse ponto, acrescentar novos conhecimentos. 

Há alunos que viajam, que passeiam, que assistem a determinadas séries… Conversando, o professor fica ciente da clientela da sua classe e aproveita tudo o que eles vivem para contextualizar, nem que seja para apresentar uma visão reflexiva e crítica das vivências deles. 

Se a sua escola prioriza a CONTEXTUALIZAÇÃO, o professor tem consciência de que precisa definir o tratamento a ser dado ao conteúdo que será ensinado, relacionando-o às experiências dos alunos. 

Com uma proposta de contextualização, o aluno participa do aprendizado e percebe que aquilo tem relevância para a sua vida, que, de alguma forma, está aprendendo algo útil para ser aproveitado no seu cotidiano. Assim, ele sentirá prazer e gosto pelo conhecimento, entendendo sua importância. 

  • 4. Interdisciplinaridade e projetos

Interdisciplinaridade é uma linha pedagógica que utiliza dois ou mais componentes curriculares, associando os seus conteúdos para aprofundar um conhecimento, superando, assim, a visão fragmentada e limitadora de cada disciplina, e estabelecendo a integração dos saberes. 

Esse processo desenvolve o pensamento plural, capacitando o aluno a observar os fatos da realidade de uma forma ampla e abrangente. 

Na verdade, se estabelece a interdisciplinaridade quando algumas disciplinas se unem para a resolução de um problema real. Essa metodologia exige a pesquisa, estimula a curiosidade, a vontade de saber o porquê das coisas, e o mais importante: a vontade de achar soluções.

A realização de PROJETOS com temas relevantes da nossa realidade (“Dia do Meio Ambiente”, “Dia Internacional da Mulher”, “Liberdade irrestrita ou limitada dos meios de comunicação digital?”, “A desigualdade social no mundo”, para citar alguns exemplos) só pode se viabilizar seguindo um modelo de trabalho interdisciplinar.         Portanto, a interdisciplinaridade é a maneira mais  eficaz para se levantar hipóteses e encontrar  soluções em projetos significativos e condizentes com as problemáticas do cotidiano.

  • 5. Atividades baseadas em livros

É consenso entre os pedagogos a importância da leitura para a formação global do indivíduo. Quem lê compreende melhor a realidade e desenvolve o raciocínio, a visão crítica e suas próprias potencialidades. Isso sem falar que a leitura promove a ampliação do vocabulário e auxilia a expressão em todos  os seus aspectos, principalmente a da fala e a da escrita.

Qualquer PROJETO INTERDISCIPLINAR, seja qual for o seu tema, pode e deve se iniciar com a leitura de um livro. Há muitas obras disponíveis (as editoras auxiliam na escolha) para crianças e adolescentes, com uma escrita acessível à faixa etária dos alunos, sobre diversos temas atuais e relevantes. 

A disciplina de Língua Portuguesa, por exemplo, começa com o debate sobre as mensagens do livro (leitura da professora para os menores e leitura individual ou em equipes para os demais) e é seguida pelas demais disciplinas: Geografia, História, Arte, Inglês, Informática, entre outras.

Ao perceber que, a partir de um livro, é possível a realização de um conjunto de atividades, o aluno passa a valorizar muito mais a leitura.

  • 6. Utilização de recursos tecnológicos

O mundo hoje é digital. As escolas não poderiam ficar de fora. Há alguns anos elas se digitalizaram, oferecendo tanto aulas de Informática aos seus alunos como plataformas, aplicativos e diversas ferramentas, possibilitando uma comunicação dinâmica entre escola/alunos/pais

Surgiu um novo conceito de escola, que torna a experiência do aprendizado mais sofisticada e enriquecedora. Como característica marcante desta nova realidade virtual está a possibilidade de os alunos tornarem-se autores de conteúdos. Os recursos digitais permitem que eles, além das pesquisas, criem trabalhos elaborados. Ou seja, os alunos podem colocar imagens e  vídeos com áudios narrados com a  própria voz deles.

Isso significa que, mais do que antes, os estudantes constroem o seu próprio conhecimento,  o que não minimiza a atuação do  professor. Este continua exercendo o seu papel fundamental: o de “orientador”.

A tecnologia digital não é nenhum grande desafio para a educação. Pelo contrário, é preciso aceitá-la como algo que faz parte da vida da criança e do jovem. Ela oferece grande apoio para o  professor e infinitas descobertas aos alunos

Nos PROJETOS INTERDISCIPLINARES, a utilização dos recursos digitais se faz presente tanto na etapa da pesquisa, como, depois, na divulgação dos dados e conclusões.

De igual modo, o professor pode aproveitar o gosto dos alunos por gamificação e utilizar em suas aulas aplicativos de jogos disponíveis na internet sobre os assuntos estudados.

  • 7. Protagonismo Discente

Os alunos têm VOZ na sua escola? Ou recebem tudo pronto, seguindo apenas as orientações das tarefas?

A escola moderna é o espaço do apoio, acolhimento, incentivo para o desenvolvimento das potencialidades do aluno. Por isso,  uma  metodologia de PROTAGONISMO se faz necessária, dando visibilidade ao aluno, colocando-o num papel de destaque na aprendizagem.

Por meio de PROJETOS INTERDISCIPLINARES e com o auxílio indispensável das ferramentas digitais, a escola oferece a oportunidade de os alunos atuarem, criarem, errarem, refazerem, organizarem e reorganizarem.       

Os alunos podem escolher, por exemplo, os temas dos projetos e debates, os livros para leitura. O professor auxilia para que as opções se relacionem com as características da turma, a faixa etária, as suas experiências de vida, as suas expectativas, etc.

Também a organização das etapas, das divisões dos grupos, das formas de apresentação dos resultados, pode ser de decisão da própria turma. 

Assim, os alunos formarão uma IDENTIDADE PROTAGONISTA que irá prepará-los para a vida, num processo de verificação das próprias habilidades e também das dificuldades e limitações, com a certeza de que os desafios existem e sempre poderão ser superados.

O lema do PROTAGONISMO é: “Eu não sei sobre isto, mas posso enfrentar o desafio e aprender”.

  • 8. Desenvolvimento de competências socioemocionais

As escolas de ponta fazem um trabalho constante com os alunos para que eles desenvolvam competências emocionais e sociais. Muitas vezes, os procedimentos incluem a presença dos pais em encontros pessoais com a orientadora educacional das turmas ou em palestras on-line e presenciais com profissionais especializados, como psicólogos, neurologistas, psicopedagogos, entre outros.

O objetivo principal dos diálogos e orientações é promover o relacionamento harmonioso do aluno com as pessoas dentro e fora da escola, o que influi, inclusive, no seu próprio desempenho escolar. 

Aulas de IOGA (com adaptação para as diversas idades) e de RELAXAMENTO já fazem parte da grade curricular, auxiliando no equilíbrio emocional, na atenção e concentração,  na prevenção da ansiedade e estresse, na capacidade de enfrentar situações desafiadoras.

Além dessas duas modalidades, muitas escolas estão adotando o SOUL MIND, uma  proposta de Meditação inspirado no “Programa Internacional Cultivating Emotional Balance” e planejado diferentemente   para cada ciclo escolar. Trata-se de um projeto que permite ao aluno, com serenidade e segurança, entender os benefícios de fortalecer a autoestima, o autorrespeito e também o respeito ao outro. São exercícios de postura e de respiração que ajudam no controle e direcionamento da raiva para ações positivas.

  • 9. Liberdade limitada

Os alunos se sentem livres na sua escola? Eles podem se expressar, discordar, apresentar sugestões e ideias de mudança? 

Essa liberdade para atuar e diferir é de extremo valor. Não podemos formar indivíduos conscientes, críticos e atuantes se eles forem reprimidos. Só quem se sente livre pode fazer descobertas e participar do próprio aprendizado.

Por outro lado, se na escola os alunos não tiverem limites, nenhuma proposta, projeto ou  estratégia, por  mais  brilhantes que forem, acarretarão bons  resultados. 

Com os menores, falamos em “combinados” que precisam ser respeitados. Com os maiores, devemos definir as regras, as normas, que eles mesmos, numa atitude protagonista, ajudarão a elaborar.        

As aulas referentes ao desenvolvimento socioemocional (como mencionamos no item anterior) ajudarão a turma a encontrar o equilíbrio, ou seja, a liberdade com limites.

O diálogo deve imperar, assim como o estímulo ao hábito da reflexão sobre os sentimentos e atitudes, para que o aluno perceba a importância das noções de limites no convívio amistoso com os professores e colegas.

Reforçar aos estudantes que  os limites, essenciais para a vida em comunidade,  são decorrentes do respeito que se aprende a ter por si mesmo e pelos outros. 

  • 10. Valorização do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável

  Desmatamento, recursos naturais, poluição, aquecimento global, mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável, entre outros temas ligados ao meio ambiente devem ser pautas frequentes de discussões e trabalhos.

Algumas datas não nos deixam esquecer de abordar temas ecológicos, como o “Dia Mundial da Água”, o “Dia da Árvore”, o “Dia do Meio Ambiente”. Convém aproveitar essas comemorações para desenvolver projetos interdisciplinares com alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio. 

Todos os anos a  UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), propõe um tema para ser analisado. Neste ano de 2022, o tema é “CIÊNCIAS BÁSICAS PARA A SUSTENTABILIDADE”. A sugestão é  formar um grande debate sobre como realizar um desenvolvimento sustentável, ou seja, um desenvolvimento econômico e social sem a devastação da natureza; sem a poluição do solo, da água e do ar; sem a destruição do meio ambiente como um todo. Nessa proposta, a valorização das Ciências se mostra fundamental, já que elas criam os caminhos para salvar o nosso planeta e a nós mesmos.

Há muitos livros, para todas as faixas etárias, sobre ecologia. Há poesias, há textos jornalísticos. Enfim, um vastíssimo material para pesquisa. E sempre é  dia e hora para ser trabalhado o tema. Os alunos podem desenvolver trabalhos de Arte, montar exposições de desenho e pintura, produzir tirinhas, charge…

A preservação da vida no planeta Terra pede e a  nossa atuação. Portanto, como educadores, temos o compromisso de trabalhar sempre as questões ambientais com os nossos alunos.

E então? Você concorda que esses 10 itens pedagógicos são essenciais para o desenvolvimento de cidadãos observadores, pensantes, críticos e preparados para as mudanças que o nosso mundo tanto precisa? A sua escola segue todos eles? Se faltam alguns, insira-os nas propostas de trabalho. E lembre-se de verbalizá-los. Ao defini-los ou citá-los nas reuniões e planejamentos, nunca serão esquecidos. Eles formarão o perfil da sua escola.


O material pedagógico do “Sistema  Piaget” é organizado com base nesses pressupostos. Ele estabelece conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da trajetória escolar.

Venha conhecer. Você encontrará propostas interessantes de atividades interativas e motivadoras, incluindo trabalhos interdisciplinares e projetos.

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