O Novo Ensino Médio: desafios e oportunidades – Sistema Piaget
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O Novo Ensino Médio: desafios e oportunidades

A educação brasileira tem passado por profundas mudanças que visam ofertar um ensino de maior qualidade e, para isso, não há como não colocar o estudante no centro do processo de aprendizagem.

Entre os segmentos educacionais, o Ensino Médio é o mais fragilizado historicamente e o que apresenta números alarmantes de defasagem ou abandono escolar, seja em decorrência das próprias transformações sociais ou emocionais enfrentadas pelos jovens, seja pelo fato de o modelo atual de educação não responder mais de forma satisfatória aos seus anseios e às exigências do mundo contemporâneo.  

A mudança de estrutura no Ensino Médio deve-se à Lei nº 13.415/2017, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Por essa razão, debates sociais em torno desse tema passaram a clamar por um modelo educacional que visasse ao desenvolvimento integral do estudante, por meio do incentivo à autonomia, ao protagonismo e à responsabilidade por suas escolhas presentes e futuras. Essa mudança de modelo resultou no Novo Ensino Médio, que busca garantir aprendizagens essenciais, referenciadas na BNCC, mas com um formato mais flexível.

O que muda com o Novo Ensino Médio?

Três são as principais mudanças do Novo Ensino Médio, as quais objetivam dar aos estudantes maior protagonismo e garantir, a todos, os mesmos direitos de aprendizagem.

  1. A ampliação da carga horária

O Novo Ensino Médio prevê a ampliação da atual carga horária de 2 400 horas para, no mínimo, 3 000 horas até o ano de 2022 e, progressivamente, deverá atingir 4 200 (1 400 por ano escolar – cronograma a ser definido pelas redes de ensino). Essas 3 000 horas inicialmente pretendidas serão distribuídas entre a formação geral básica (1 800 horas, correspondente a 60% da carga horária total), com os conhecimentos previstos na BNCC, e os itinerários formativos (1 200 horas, correspondente a 40% da carga horária total).

É importante destacar que as escolas poderão distribuir a carga horária entre a formação geral básica e os itinerários formativos da maneira que melhor atender aos interesses da comunidade, desde que cumpra as 1 000 horas por ano escolar. Observe, a seguir, algumas possibilidades.

2. A implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

 Sem a BNCC, documento indispensável para a (re)elaboração dos currículos, não seria possível colocar em prática a proposta de flexibilização curricular. Esse documento garante não só as aprendizagens essenciais, por meio do desenvolvimento de competências e habilidades, como também a promoção da autonomia e do protagonismo juvenil nas diferentes áreas do conhecimento.

  •  A escolha por itinerários formativos

Os currículos que serão definidos pelas escolas para atender às demandas do Novo Ensino Médio terão uma parte referenciada pela BNCC, a chamada formação geral básica (conjunto de competências e habilidades das áreas de conhecimento – Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e suas Tecnologias), e os itinerários formativos, que oferecem aos estudantes diferentes caminhos ajustados aos seus interesses e ao seu projeto de vida. Esses itinerários podem ser entendidos como um conjunto de situações e atividades educativas que possibilitarão aos estudantes aprofundar seus conhecimentos e se preparar para o prosseguimento nos estudos ou para o ingresso no mundo do trabalho.

  • E como esses itinerários podem estar organizados?
  • Por área do conhecimento, com o objetivo de ampliar aprendizagens em determinada área de conhecimento:   

Linguagens e suas Tecnologias

Matemática e suas Tecnologias

Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Os itinerários formativos podem ser definidos por cada escola, considerando suas particularidades e os anseios de alunos e professores. Cada itinerário pode mobilizar uma ou mais competências da(s) área(s) em que está organizado.

  • Formação técnica e profissional, que tem como objetivo promover a qualificação profissional dos estudantes para o mundo do trabalho.
  • De forma integrada, ou seja, combinando-se itinerários de área(s) do conhecimento com o(s) de formação técnica e profissional. 

Esses itinerários organizam-se a partir de quatro eixos estruturantes:

  • Investigação Científica, que tem como objetivo criar condições para que os estudantes possam participar de forma ativa na sociedade em que vivem valendo-se da rede de informações disponíveis. 
  • Processos Criativos, que tem como objetivo criar condições para que os estudantes possam participar da sociedade valendo-se de conhecimentos, habilidades e recursos de modo criativo para propor, inovar e inventar.
  • Mediação e Intervenção Sociocultural, que tem como objetivo criar condições para que os estudantes possam atuar como agentes de mudanças e de construção de uma sociedade mais ética, justa, democrática, inclusiva, solidária e sustentável.
  • Empreendedorismo, que tem como objetivo criar condições para que os estudantes possam participar de uma sociedade em constante mudança, por meio do uso de conhecimentos e habilidades que os permitam se adaptar a contextos diferentes e criar novas oportunidades para si e para os outros.

Os itinerários formativos devem contemplar, preferencialmente, todos esses eixos. No entanto, caso não seja possível, ao menos um deles.

As atividades praticadas nos itinerários formativos podem ser bem diversificadas: aulas presenciais ou remotas, oficinas, pesquisas de campo, cursos, laboratórios etc.

As atividades realizadas a distância podem contemplar até 20% da carga horária total (ensino médio diurno) e 30% (ensino médio noturno), tanto na formação geral básica quanto, preferencialmente, nos itinerários formativos.

Quais são as possibilidades para os itinerários formativos?

Não há apenas uma forma de arranjo para a implementação dos itinerários nas escolas. Cada unidade escolar poderá ofertar arranjos diferentes. A seguir, apresentamos três exemplos:

No exemplo 1, o estudante realiza dois itinerários de forma sequencial. O primeiro itinerário (Linguagens e suas Tecnologias) é realizado no 1º e 2º anos, e o segundo itinerário (Matemática e suas Tecnologias), no 3º ano.

No exemplo 2, o estudante realiza, a partir do 2º ano, um itinerário integrado, ou seja, mobiliza conhecimentos de duas áreas (Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas).

No exemplo 3, o estudante realiza, no 1º ano, uma formação técnica e profissional; no 2º ano, de forma concomitante, um itinerário de formação técnica e profissional e um itinerário na área de Matemática e suas Tecnologias e, no 3º ano, dá continuidade aos estudos no itinerário de Matemática e suas Tecnologias.

No caso da formação técnica e profissional, as escolas podem estabelecer parcerias com outras instituições de ensino. No entanto, a emissão de certificados de conclusão do Ensino Médio fica a cargo da escola de origem do estudante.

Vale ressaltar que o ponto de partida para a definição dos arranjos dos itinerários formativos são os anseios dos estudantes e as possibilidades de oferta de cada escola. O sucesso da implementação do Novo Ensino Médio em cada escola depende dessa construção coletiva, da valorização da troca de ideias entre todos os envolvidos. Só assim a aprendizagem significativa acontece!

O Sistema Piaget, seu parceiro em educação, está com você para auxiliá-lo no planejamento e na implementação do Novo Ensino Médio em sua escola. Conte com a gente!

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