AVALIAÇÕES  DO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO – Sistema Piaget
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AVALIAÇÕES  DO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO

AVALIAÇÕES  DO RENDIMENTO ESCOLAR DO ALUNO

Pedagógico

Por Maria Luísa Silvestre

Constantemente, os alunos precisam ser avaliados. Mas as avaliações são importantes  não só  para o reconhecimento do aprendizado dos alunos, mas também para a sondagem dos métodos e propostas do professor. 

As mesmas avaliações apresentam respostas sobre os alunos e sobre o trabalho pedagógico realizado. Ou seja, por meio do resultado das avaliações, o corpo docente pode planejar e replanejar suas estratégias. 

Hoje, docentes e discentes andam lado a lado na busca dos melhores procedimentos. O  desenvolvimento cognitivo, social e emotivo é a meta de um ensino que dá voz ao aluno e preza a valorização de sua autonomia, protagonismo e participação ativa no processo ensino-aprendizagem.

Seguindo as orientações da BNCC, tanto as aulas como as próprias avaliações visam  ampliar as competências básicas, que se resumem em: conhecimento crítico, cultura digital, criatividade e comunicação e expressão. Para tanto, as escolas de ponta utilizam uma metodologia ativa, chamada ABP (Aprendizagem Baseada em Problemas), em que o aluno, de modo protagonista, promove o seu aprendizado e oferece várias possibilidades para ser avaliado.

Assim sendo, a visão de avaliação se modificou. Em tempos novos, escola nova, avaliações diversificadas.

AVALIAÇÕES  ESCRITAS

As avaliações escritas, evidentemente, são insubstituíveis. Entretanto, somente na forma das “provas tradicionais” (como um questionário descontextualizado sobre o assunto estudado) não têm mais espaço na nova escola. 

Diferentemente do modelo antigo, com um conjunto de perguntas soltas, ela é considerada  uma oportunidade de o aluno mostrar a sua capacidade de leitura, de interpretação de texto, de relacionamento de ideias, de comparação e de conclusão. Isso em todas as disciplinas do currículo. 

Considera-se uma boa avaliação escrita se ela contiver um ou dois textos curtos sobre o assunto trabalhado e solicitar que o aluno faça associação das informações do texto com o que aprendeu nas aulas. Não apenas irá repetir conceitos de forma decorada. Ele precisará pensar, refletir, comparar, concluir. 

Além dos textos curtos (uma notícia da mídia, um trecho de um autor, um poema, etc.), sugerimos que a avaliação apresente tabela e gráfico, charge, tirinha ou imagem significativa (sempre referente ao conteúdo central que está sendo abordado). Para os alunos de séries iniciais, existe a opção de incluir caça-palavras, liga-pontos, cruzadinha (recursos encontrados facilmente na internet a respeito de todos os conteúdos programáticos).

Dependendo da faixa etária dos alunos, é possível, por exemplo, inserir na avaliação escrita um liga-pontos de uma borboleta para explorar o assunto “metaformose”; uma charge ou tirinha para a avaliação em que se aborde o problema do aquecimento global ou desmatamento; um caça-palavras de itens matemáticos, etc.

A avaliação escrita será, portanto, um desafio, uma proposta de raciocínio lógico-criativo. E o emprego de diferentes linguagens a tornará mais interessante e motivadora para o aluno. 

PARTICIPAÇÃO EM PROJETOS

A ABP (Aprendizagem Baseada em Problemas) combina muito com Projetos Interdisciplinares, com temas relevantes da nossa realidade.

Na realização dos trabalhos, os alunos dependem uns dos outros para chegarem às conclusões devidas. Em vista disso, por meio de pesquisas, reflexões e participação nas atividades práticas e nos debates, ocorre o aprendizado dos conteúdos estipulados e, principalmente, o desenvolvimento do sociointeracionismo, do autorrespeito, do respeito ao outro, num  treino das atitudes adequadas para se trabalhar em grupo.

Todo esse processo deve ser acompanhado e servirá de avaliação do desempenho do aluno e sua participação no grupo.  

Lembremos que “trabalhar em grupo” adequadamente requer muita orientação do professor, já que o aluno irá, aos poucos, se aprimorando nessa habilidade fundamental para a vida social e a vida profissional no futuro. 

Isso quer dizer que  a “nota” sobre a participação em um Projeto Interdisciplinar não terá sempre o valor máximo, nem será igual para todos os componentes do grupo. 

O professor precisa enfatizar aos alunos que eles estão em constante processo de evolução

AVALIAÇÃO DE ATIVIDADES EM CASA 

Os exercícios, as  leituras  e demais atividades em casa são muito importantes para o aluno perceber o seu grau de compreensão e assimilação do conteúdo trabalhado e, principalmente, para delimitar as suas dificuldades.  Portanto, as suas realizações em casa devem contemplar uma nota para a formação da média do bimestre.

Destaca-se que, além da “lição de casa” tradicional, hoje a atuação do estudante em casa, com o seu papel de protagonista, é muito mais valorizada. E isso se deve à implantação frequente pelos professores da “Sala de Aula Invertida”. Trata-se de proposta em que os alunos pesquisam antes da aula o assunto ou conteúdo que  será trabalhado, e o encontro na classe é uma situação de esclarecimento de dúvidas, troca de conhecimentos e fixação da aprendizagem. Portanto, a preparação em casa para esse tipo de aula é indispensável e merece ser avaliada, até para motivar os alunos na realização dessa prática. 

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA (PARA O PLANEJAMENTO  INICIAL DO PROFESSOR)

No início do ano, no primeiro contato com a turma ou então para se entrar em uma nova unidade temática, aplicar uma avaliação diagnóstica (também chamada de prognóstica ou sondagem) é uma boa opção.

Uma atividade bem escolhida  (exercícios, testes, questões escritas, rodas de conversa, gamificação, etc.) pode identificar os conhecimentos prévios dos estudantes e eventuais lacunas, e, dessa forma,  ajudar na elaboração do  planejamento, quer seja geral, quer seja parcial. 

AVALIAÇÃO FORMATIVA (PARA O REPLANEJAMENTO FREQUENTE DO PROFESSOR)

O professor deve sempre utilizar qualquer avaliação para intervir, ou seja, para corrigir rotas programadas e avançar na aprendizagem.  

Todo tipo de atividade com instrumentos variados permite mapear o conhecimento dos estudantes para orientar o planejamento do professor e a organização de propostas pedagógicas mais assertivas. 

Na verdade, não precisa ocorrer uma avaliação específica para determiná-la como “formativa” , pois o professor investiga durante todo o tempo, na sala de aula, se os alunos estão ou não aprendendo e por quê. Essas informações servem para ele replanejar as atividades seguintes, de modo a atender às necessidades da turma ou de grupos de estudantes. Também permitem ao professor dar as orientações que os alunos precisam para se desenvolverem melhor, estimulando o protagonismo deles.

AVALIAÇÕES COMPARATIVA E SOMATIVA (PARA RESULTADOS FINAIS)

Para auxiliar o professor, especialmente no final do bimestre ou final do ano letivo, quando deverá  estabelecer um resultado do desempenho do aluno, existem duas propostas de avaliação: a comparativa e a somativa, que são visões sobre os trabalhos, provas, exercícios, debates e demais atividades que já foram realizadas. O aluno não fará nenhuma nova atividade. Trata-se de tipos de análise sobre como o aluno se conduziu.

Pela AVALIAÇÃO COMPARATIVA, o professor deverá mensurar quantos conteúdos o aluno demonstrou ter assimilado em relação à quantidade de conteúdos que foram trabalhados. É uma forma de comparar o aprendizado que o aluno tinha antes com o que ele adquiriu após uma aula, um bimestre ou um ano, tendo em vista o que se esperava que ele aprendesse.

Já a AVALIAÇÃO SOMATIVA tem como finalidade avaliar quais foram as habilidades e competências adquiridas pelo aluno ao final de um processo educacional, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas individualizadas. O objetivo é verificar a evolução do  aluno no geral, levando-se em conta suas dificuldades e desafios superados.

APROVAÇÃO OU REPROVAÇÃO? 

Em final de etapas ou do ano letivo, que visão as escolas modernas têm sobre aprovar ou reprovar um aluno? Como avaliam o seu desempenho? 

Na verdade, quando a escola considera o aluno como construtor de seu próprio aprendizado e, portanto, valoriza o seu papel de protagonista no processo como um todo, a conclusão é de que ele sempre está em contínua evolução. 

O emprego da AVALIAÇÃO COMPARATIVA (quanto se esperava e quanto o aluno conseguiu assimilar) é a forma mais simples de se avaliar e resolve, sem muitos problemas, a grande maioria dos casos. 

Mas, muitas vezes, o professor deve se valer primordialmente da AVALIAÇÃO SOMATIVA como a melhor maneira de avaliar o progresso do aluno, independentemente de quantidades de conteúdos assimilados.

Houve evolução? Houve empenho? São essas as perguntas que precisam ser respondidas.

Ressaltamos que países com alta qualidade de ensino quase não reprovam, pois encontraram alternativas que funcionam melhor e de forma preventiva, como, por exemplo, aulas de reforço ao longo do ano. Na Finlândia, considerado o país com a melhor educação do mundo, os professores são orientados a dedicar mais tempo aos alunos que têm dificuldade.

E as nossas escolas da rede particular já atuam com períodos extras de aulas de apoio e revisão.

Além desses “reforços de conteúdos programáticos”, as nossas escolas oferecem, por meio do seu “Departamento de Orientação Educacional”, uma frente de ajuda aos  alunos e pais. Os Orientadores Educacionais, auxiliados pelos professores, atendem os alunos, ouvem seus problemas, aconselham, orientam nos estudos e nas suas dificuldades emocionais e de relacionamento no ambiente escolar e fora dele.

Também são de grande auxílio os cursos especiais que hoje as escolas estão ministrando: “Socioemocional”, “Yoga Escolar”, “Relaxamento” ou Soul Mind” (Programa de Meditação específico para crianças e adolescentes), que ensinam a manter o foco, a atenção e a concentração, atitudes essenciais para o bom aprendizado dos alunos.

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